Programa:
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Autor, poeta, curador e produtor de cinema, Olivier Marboeuf cofundou as edições Amok (agora Frémok) e o Espace Khiasma, centro de arte independente em Paris. Atualmente, divide a sua prática entre trabalhos teóricos e ficcionais em torno das representações minoritárias e situações pós-coloniais, desenho e produção de filmes na Spectre Productions. No Batalha apresenta a palestra “Desvocalizando o cinema: mil tons de azul” que nos urge a “imaginar um outro cinema, antes das máquinas ocidentais, das florestas e lagos produzidos pelo discurso delirante, narrativas e alucinação. Cidades líquidas e plantas comunicantes”.
Palestra seguida de conversa moderada por Margarida Mendes e Almudena Escobar López. Integrada no ciclo Contra-fluxos.
Entrada livre.
Texto curatorial
Desvocalizando o cinema: mil tons de azul
por Olivier Marboeuf
Imaginem um outro cinema antes das máquinas ocidentais, das florestas e lagos produzidos por discurso delirante, das narrativas e da alucinação. Imaginem lugares de encontro e aliança de humanos e não-humanos ao redor de imagens fugazes. Cidades líquidas e plantas comunicantes.
Sem aviso, o fluxo de discurso entra discretamente no vosso ouvido, e o vosso crânio transforma-se num mar interior e quente onde ilhas vivas flutuam, onde uma poluição cintilante e peixes desconhecidos com grandes olhos espelhados dançam languidamente. Os vossos ouvidos podem já ouvir as vozes emaranhadas de diversos rios e a água cobre-vos agora as costas, coxas e ombros. Estão a nadar dentro de vocês. Estão no fluxo dourado daquilo que vos digo. Estes fragmentos de imagens dentro dos vossos olhos, mil tonalidades de azul, isto é o nosso cinema.
Outras sessões
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