Hyperfate é um memento mori visual da cultura rap, que questiona o destino e indaga como é que o rap, sinónimo de narrativas iniciáticas e de sucesso, se tornou uma fábrica mortuária de heróis trágicos. O filme desafia o sensacionalismo desanimado que rodeia as mortes dos rappers, mergulhando nos pensamentos reflexivos e filosóficos de Oyiri. No filme, a artista mostra-se como uma jovem rapariga negra, expressando a sua voz como a de uma francesa desiludida e entusiasta do rap. Enquanto viaja pelas ruas urbanas americanas, a sua narrativa funde-se com as suas experiências pessoais e as de rappers negros — como Tupac, Pop Smoke e Takeoff — que admira. A música torna-se uma lente espiritual e cósmica, misturando destino, raça e reflexão existencial num elogio artístico e ambiental.