Carlos Conceição tem uma obra muito diversa no campo da curta-metragem, sendo um dos cineastas portugueses mais iconoclastas. Natural de Angola, o universo africano sempre o seduziu e tem, em Acorda, Leviatã, um primeiro capítulo que culminaria na longa-metragem Serpentário (2019). Filmando em película, Conceição procura fantasiar um certo olhar enfeitiçado pelas cores e pela paisagem africana. Misturando também uma sequência de ficção-científica, o cineasta joga com um duplo olhar: por um lado, alienígena e colonial; por outro, profunda e afetivamente ligado a um espaço que o transcende.